Foram estas palavras que levámos gravadas
nos nossos lencinhos quando peregrinávamos rumo ao santuário de Nossa Senhora
de Lourdes, em França nos dias 17 a 20 de Maio 2013. Esta mensagem inscrita no
coração de cada um/a, identificou-nos como grupo de 113 peregrinos portugueses,
emigrantes no Luxemburgo, onde a Família Andaluz estava representada com varios
membros,.
O que me move como peregrina
Ir ao Santuário Mariano de Nossa Senhora
de Lourdes é já para mim uma peregrinação quase habitual em cada ano. Mas faço-o
sempre com muita fé, alegria e esperança.
“Fé”; porque sem fé não me adiantaria lá
voltar, pois a viagem não é das mais fáceis. Mas a fé que me leva ao encontro
aquele lugar que Nossa Senhora escolheu para que os seus fiéis se reunissem em oração,
é verdadeira e supera todos os obstáculos que podem surgir.
“Alegria”, porque é com muito júbilo que
vivo e viajo com os outros peregrinos envolvidos na mesma fé, que nos une e nos
leva a partilhar tantas coisas maravilhosas. Esta vivência (e redescoberta) com
pessoas diferentes é uma experiencia muito rica. Ela não só alarga o meu
círculo de amizades mas antes de mais me ajuda a sentir bem, a ser mais forte.
A convivência partilhada em Família Andaluz e a união que sempre sinto com os outros
peregrinos têm sido para mim uma das mais lindas experiências vividas ao longo
destes 7 anos em que sou peregrina ao Santuário de Nossa Senhora de Lourdes.
“Esperança”;
porque tenho sempre confiança que tudo vai correr bem.
Colaborar na organização
A pedido da irmã Donzília tenho colaborado
na organização da peregrinação. E dentro desta responsabilidade vivo muito os
sentimentos, como: de alegria, de ousadia, de algum medo, de inquietação, de preocupação,
etc. Desde a preparação dos guiões que orientam os peregrinos com todo o
percurso da oração - Vésperas, Laudes via-sacra, e outras – até ao livro de
cânticos para a oração do Rosário, e outras canções populares, passando pelo
pequeno cartão com a Imagem de Nossa Senhora, com o nome de cada peregrino,
tudo nos envolveu.
E durante a viagem a preocupação em
estar atenta a todos, sem exceção, levou-me a viver todos esses sentimentos. E
sinto que o faço com muita alegria.
Acolhidos por Maria
Ao chegar ao santuário, podemos afirmar
com o coração:
Lourdes! Santuário de acolhimento e de
oração.
Ali, somos acolhidos por Nossa Senhora
que nos recebe de braços abertos. E nós, seus filhos, também nos refugiamos em
seu regaço.
O local é
lindíssimo. A paisagem verde dividida pelo rio corrente que ao mesmo tempo
refresca o horizonte, é bela. Propício à entrega total do nosso ser a Deus.
“Estejamos atentos à Voz do Senhor quando no silêncio
e no recolhimento nos aponta o caminho.”
Luiza Andaluz
Nós família Andaluz sentimos bem forte a
presença Espiritual de nossa tão amada Luiza Andaluz.
Eucaristia na Basílica
Logo que chegámos fomos convidados a
participar na Eucaristia na basílica de Santa Bernadete, celebrada em língua
Portuguesa. Este ano tivemos o privilégio de ter connosco um sacerdote vindo do
norte de Portugal, padre Eduardo Novo que presidiu à Eucaristia e nos agraciou
com uma linda homilia: Nela recebemos a mensagem do acolhimento que Nossa
Senhora faz de todos os nossos problemas. E por isso é nela que devemos confiar
todas as nossas dificuldades da vida: a nossa família, os nossos filhos, as nossas
dores. Ela acompanha-nos em todos os momentos; nunca nos abandona. Mas nós,
como filhos, vamos até Ela e a nossa presença numerosa nesta peregrinação é a
prova disso mesmo.
Via Sacra entre intempéries
De seguida, fomos fazer a
via-sacra, naquele local montanhoso, lindíssimo. Nele estão as imagens de cada
estação em Bronze e que representam o caminho de Jesus para o monte do Calvário.
Meditamos na Sua Cruz, na Cruz de cada um de nós.
Aí fazemos a experiência de
sentirmos aquelas imagens como que a falar-nos e a ajudar-nos a viver espiritual
e profundamente esses momentos. Mas, direi que, só quem a vive é que pode
compreender. Este ano porém, o tempo apresentou-se chuvoso: chovia, o frio e a
humidade estavam bem presentes. E estes talvez pudessem ser fatores para que muitos
peregrinos não participassem. Mas não! Pois a fé que nos alimenta e guia, é bem
superior a todas estas intempéries. Foi longa a nossa via-sacra, mas muito
participada. Todos estávamos lá.
"Nunca devemos temer a Cruz que o Senhor oferece,
porque aceitando-a com Amor toda a Cruz
leve parece." Luiza Andaluz
Sim, foi com cansaço, mas
com muita fé, que ao terminar a via-sacra, nos dirigimos para o hotel onde uma
refeição quentinha e boa nos esperava.
E como não há tempo a perder, de seguida
mais uma saída para participarmos na procissão de velas.
Unidos na mesma fé: Procissão de velas
E o que dizer
desta celebração e manifestação de fé?
Durante a procissão é rezado o Rosário
em diversas línguas. A procissão das velas é sempre para mim um momento muito
importante onde me sinto diferente culturalmente de tantos outros peregrinos
vindos dos 4 cantos do mundo. Porém, ao mesmo tempo sinto-me igual, porque
unida na mesma fé: somos todos irmãos e na única filiação, do Pai, falamos
todos a mesma língua, na linguagem da fé, do AMOR..
É nesta atmosfera de fé e de amor que nos
dirigimos para o hotel onde uma noite de descanso é bem aproveitada.
Vive em paz quem sabe
unir, generosamente, a sua vontade à de Deus.” Luiza Andaluz
Dia de Pentecostes: uma nova atmosfera espiritual
E chega o domingo, o dia do Senhor! Dia
de Pentecostes! Logo de manhã dirigimo-nos para a grande basílica que acolhe vinte
e cinco mil peregrinos, de diferentes raças, cores e nações, adultos, jovens, doentes,
vindos de todo o mundo. Todos reunidos para escutar a palavra de Deus. A
presença dos sete dons do Espirito Santo, representados em símbolos de velas e
levados ao altar por crianças, os evangelhos proclamados em diversas línguas, toda
a aquela atmosfera espiritual comungada e partilhada por todos os irmãos
reunidos no mesmo banquete, eleva-nos. Faz-nos sentir que é maravilhoso, fascinante!
A tarde de Domingo
Na tarde de domingo o grande grupo foi
dividido em três grupos: um grupo foi visitar a casa de Bernadete, ver o filme,
…, outro foi visitar o museu de cera, a gruta,… o outro grupo ficou com o tempo
livre podendo fazer o que entendesse. Porém, todos partimos sabendo que à hora
marcada lá estaríamos para participar na procissão e bênção dos doentes. E este
intenso e maravilhoso dia termina com a procissão das velas.
Terminar da peregrinação:
A nossa peregrinação terminou com a Eucaristia
de envio em língua portuguesa na gruta. Aos pés de Nossa Senhora, colocámos os
nossos pedidos e preocupações, as nossas vidas. E cheios do Espírito Santo dirigimo-nos
para o autocarro que, entretanto com ajuda dos motoristas, já tinham carregado
as bagagens. E iniciamos o nosso regresso a casa, cantando cheios de emoção
(entre lágrimas de felicidade) o cântico do adeus a Nossa Senhora.
A viagem é longa, tornando-se cansativa.
Mas carregados de tantas emoções, alegrias e de tanta fé, nada custa.
Ao longo da viagem foi proposto um jogo formativo
sobre o Antigo e o Novo Testamento, sobre a Liturgia e a História da Igreja. Senti
que esta formação de forma dinâmica e lúdica se tornou engraçado e por isso acolhido
por todos os peregrinos.
Partilha/Avaliação
No final foi lançado um convite à
partilha sobre o que cada um viveu e sentiu no fim-de-semana em Lourdes onde
rezámos, choramos e rimos, todos unidos. Não tenho palavras para descrever tal
momento de partilha. A todos tocou! Foi muito rico e maravilhoso ver e ouvir
crianças, jovens, e mais velhos, partilharem os seus sentimentos vividos. E com
a promessa de que para o ano que vem, lá nos encontraremos de novo a mesma
magia do fim-de-semana.
Dar graças
Não posso deixar de dar Graças a Deus
por tudo, e de bendizer mais uma vez a nossa Mãe a quem nós dedicámos esta
peregrinação.
“Nos caminhos da vida
mantenhamos sempre o olhar confiante em Maria, que carinhosamente nos conduz.” Luiza Andaluz
Agradeço ao meu marido que me acompanhou.
E sei que por vezes não é fácil para ele. Eu própria muitas vezes o deixo para
ir ao encontro dos outros. Mas sei que só poderei ser o que sou e fazer o que
faço, graças à sua presença e à sua compreensão, ao seu apoio amoroso.
Á Irmã Donzília, que tanto se empenha
para nos proporcionar esta maravilhosa peregrinação, agradeço. A todos os que
se ocuparam e participaram na organização desta peregrinação: o meu marido, a Isabel
e o Carlos, a Clara e o António, a Emília e o Camilo, a Filomena e o Manuel, a Lucinda
e o Carlos, um muito obrigado.
E um grande bem-haja a todos os que nos
acompanharam e partilharam esta experiência de peregrinos.
Com entusiasmo e carinho
Dores Borges