sábado, 12 de novembro de 2011

A vida eterna decide-se aqui

Muitas vezes afastada para fora do horizonte das preocupações da cultura actual, a morte é uma realidade com a qual temos muita dificuldade em lidar. Uns escondem-na, outros mascaram-na e outros brigam com ela, enquanto a medicina permite, em muitos casos, adiá-la quase indefinidamente. Todavia, o tema da morte é incontornável e é bom enfrentá-lo para não deixarmos que se instalem em nós maneiras de pensar e modos de agir que em nada nos distinguem dos não cristãos.
Estamos a terminar o ano litúrgico e o nosso olhar é convidade pela Palavra de Deus a colocar-se, para além do tempo, nas realidades futuras, no Rei que recapitula em Si todo o universo e nos introduz no Reino consumado e definitivo.
A Liturgia é pedagoga. Abrindo a porta deste último mês com a solenidade de Todos os Santos, coloca diante dos nossos olhos a meta de toda a vida cristã e anima-nos a trabalhar para a alcançarmos, também nós, como membros dessa multidão imensa dos que foram lavados no sangue do Cordeiro e gozam para sempre do Seu amor e da Sua luz.
O horizonte da vida definitiva ilumina e orienta o quotidiano da nossa existência, muitas vezes vivido no anonimato, no sacrifício e no trabalho monótono. É nele que afirmamos a nossa esperança, dando a cada gesto o sentido e a densidade do que é infinito.

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